No segundo domingo da quaresma, meditamos sobre a transfiguração de Jesus. No monte Tabor acontece a manifestação da divindade de Jesus na sua humanidade. Jesus transcende, e nessa transcendência se prefigura a sua morte e ressurreição.
Meditando esse evangelho me fiz a seguinte pergunta: a arte pode nos transfigurar? Ela pode elevar a nossa humanidade?
Se compreendermos a arte como esvaziamento de si, como assim falamos no postagem sobre o Coração de Jesus e a Arte, com certeza pode afirmar que ela nos transfigura.
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Nietzche muito bem afirmou:
“A arte compreende o corpo... é o corpo do músico que é músico, é o corpo que escuta, é o corpo que é dançarino e poeta, é o corpo que sente e vibra”.
A experiencia artística passa pela humanidade, passa por um corpo, e é pela ‘Kenôsis’ (esvaziamento) desse corpo que somos elevados, o artista é transfigurado para transfigurar.
A nossa fé Crista é firmada em Jesus Cristo, que se encarnou, e pela sua humanidade nos elevou. Na encarnação, Deus assumiu nossa humanidade, e é pelo seu corpo transfigurado, seu corpo morto e ressuscitado que ele nos salva.
Assim como Jesus convidou Pedro, Tiago e João para contemplar esse momento, o artista não é chamado a viver essa transcendência de forma oculta, é necessário compartilhar, transbordar.
Assim te pergunto: “Sua arte, sua vida, sua humanidade tem levado transfiguração aos ‘desfigurados’ da nossa sociedade”.
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