Hoje, gostaria de compartilhar com vocês uma carta escrita por um franco-americano após a cerimônia de abertura das Olimpíadas em Paris, realizada na última sexta-feira, dia 26 de julho de 2024. Encontrei esse texto repostado no Facebook e decidi traduzi-lo, pois ele nos oferece uma visão mais profunda e um melhor entendimento sobre a França contemporânea. Boa leitura!
Ah meus queridos franceses… como eu vos amo.
Vocês, esse povo reclamão, nunca contente com nada, apaixonados, que não podem amar pela metade, não podem odiar pela metade, vocês se veem pequenos quando na verdade são grandes, se veem acima dos outros mesmo quando não estão, tão contraditórios, as reações que leio desde ontem sobre a cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024 são tão representativas dessa França fraturada, contraditória… então eu me permito, humildemente, dar minha opinião.
1 - Desafio histórico superado ao organizar pela primeira vez na história a cerimônia de abertura fora de um estádio e realizá-la no coração de Paris. Um desafio técnico de rara magnitude que marcou a mente do mundo inteiro e nisso há motivos para se orgulhar.
2 - Sim, quase metade dos quadros (cenas), quando analisados, são flagrantemente ou uma propaganda woke abjeta, ou provocação ou desrespeito em relação às instituições e à história da França, ou blasfêmia provocadora gratuita, enfim, entre o trisal se beijando, Maria Antonieta decapitada, a Cena de Jesus parodiada com drag queens, a nudez e a vulgaridade sacralizadas, a guarda republicana humilhada e algumas outras imagens do tipo, havia realmente motivos para se sentir envergonhado ou até mesmo irritado e enojado!
3 - No entanto, por outro lado, momentos de uma beleza e esplendor raros vieram dar gosto ao conjunto e não vê-los, esquecê-los ou minimizá-los é relativamente desonesto intelectualmente. Para mim, e isso é muito pessoal, a interpretação da Marselleise (hino naconal francês) pela cantora Axel Saint-Cirel do telhado do "Grand Palais" segurando uma enorme bandeira francesa, firme como uma rocha sob uma chuva torrencial, foi uma cena sublime e poderosa. E o que dizer do quadro final “Eternidade” onde as glórias do esporte olímpico francês se revezaram até acender a chama que subiu aos céus de Paris e o retorno ao palco de Céline Dion após 4 anos de luta contra sua doença para cantar o “Hymne à l'Amour” da Torre Eiffel, homenagem à língua francesa, a Piaf, à canção, à grandeza do país, à resiliência…
Houve muitos outros momentos muito bem-sucedidos nesta cerimônia.
4 - Finalmente, essa cerimônia se parece como se encontra a França hoje. Fraturada em vários pedaços, de um lado por sua beleza, por sua grandeza, por sua resiliência, por seus valores universais, do outro lado por sua feiura, sua vulgaridade, sua demagogia, sua violência… O que quero reter aqui é a grandeza e a beleza.
Da minha parte, não gostei da cerimônia e também não a odiei. Detestei alguns quadros, adorei outros. A nuance e o equilíbrio na vida, às vezes, são úteis.
Autor desconhecido
Que sejamos sempre portadores da beleza, dessa beleza que salva, cura, consola...
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